ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO
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O enfarte agudo do miocárdio, vulgarmente conhecido como ataque cardíaco, é provocado por uma obstrução súbita numa das artérias coronárias, que irrigam o coração.
Devo preocupar-me?
O enfarte agudo do miocárdio, vulgarmente conhecido como ataque cardíaco. é uma das principais e mais relevantes doenças cardiovasculares. Em Portugal, estima-se que, por ano, cerca de 15.000 portugueses sofram um enfarte agudo do miocárdio!
O enfarte agudo do miocárdio é uma doença potencialmente fatal e uma emergência médica.
Alguns dados apontam para que 50% dos casos de enfarte agudo do miocárdio resultam em morte, muitas vezes súbita, inesperada e em idades jovens! No entanto, o enfarte agudo do miocárdio pode ser prevenido e, se tratado atempadamente, as suas consequências podem ser minimizadas!
O que é um enfarte agudo do miocárdio?
O enfarte do miocárdio ocorre quando uma ou mais artérias coronárias (artérias que irrigam o coração) sofrem uma oclusão, impedindo a circulação de sangue e, logo, o fornecimento de oxigénio e nutrientes ao músculo cardíaco. Se a obstrução for prolongada, o tecido cardíaco morre e perde a sua função contrátil! Nos casos em que a obstrução se consegue resolver num curto período, o dano cardíaco pode ser evitado ou minimizado.
A obstrução das artérias coronárias é habitualmente provocada pela presença de placas de gordura (aterosclerose), que se instabilizam e levam à formação de coágulos, impedindo a circulação de sangue.
Quais são os sintomas do enfarte agudo do miocárdio?
O sintoma mais frequente e típico é a dor no peito!
A dor no peito pode ser sentida como pressão, desconforto ou queimadura. Além do peito, a dor pode localizar-se na região do estômago ou irradiar para o dorso, ombros, pescoço, maxilar inferior ou braços.
Qualquer dor que persista mais de 5 minutos, seja intensa e tenha alguma das características descritas, deve ser considerada como suspeita de Enfarte Agudo do Miocárdio.
Além da dor, podem surgir outros sintomas, tais como: suores frios, tonturas ou sensação de desmaio, falta de ar, náuseas e vómitos, palpitações ou sensação de ritmo cardíaco irregular.
Alguns doentes descrevem os sintomas de enfarte agudo do miocárdio como uma sensação de morte eminente.
Os sintomas descritos nunca devem ser desvalorizados e na dúvida procure sempre ajuda médica com maior brevidade possível, contactando o 112.
Como é feito o diagnóstico de enfarte agudo do miocárdio?
Habitualmente, o diagnóstico requer uma avaliação clínica realizada por um profissional de saúde, onde para além da caracterização dos sintomas são avaliados os sinais vitais, tais como a frequência cardíaca e a pressão arterial. Adicionalmente, e com a maior brevidade possível, idealmente nos primeiros 10 minutos após a avaliação médica, deve ser realizado um eletrocardiograma simples de 12 derivações. Este exame permite identificar alterações suspeitas e definir a prioridade e tipo de tratamento a seguir.
É também fundamental a determinação de alguns parâmetros laboratoriais, incluindo marcadores de lesão cardíaca (como a troponina cardíaca).
Durante o transporte em ambulância ou após a admissão no hospital, qualquer doente com suspeita de enfarte do miocárdio deve ficar sob monitorização cardíaca contínua, para que qualquer arritmia maligna possa ser identificada e tratada de imediato.
Além dos exames referidos, pode ser necessário realizar outros, tais como o ecocardiograma, para avaliar a extensão do enfarte e excluir complicações, e a radiografia do tórax, em particular quando existe falta de ar associada.
O exame mais definitivo e que permite confirmar o diagnóstico é a realização de uma coronariografia, vulgarmente conhecida como cateterismo cardíaco. Este exame permite a visualização direta das artérias coronárias, através da injeção de contraste e com recurso a raios-x (radioscopia), confirmando ou excluindo em definitivo a presença de obstruções. A coronariografia pode ser seguida do tratamento da obstrução da artéria, num procedimento designado de angioplastia, como a seguir se descreve.
Quais as complicações do enfarte agudo do miocárdio?
Como referido, se não tratado, o enfarte agudo do miocárdio é potencialmente fatal. Por outro lado, o diagnóstico e tratamento atempado, permitem o regresso à atividade normal após alguns dias e/ou semanas, numa grande maioria dos doentes.
Uma das principais complicações do enfarte agudo do miocárdio são a ocorrência de arritmias, que podem ser fatais e ocorrem quer na fase aguda, quer numa fase posterior, em particular quando existem sequelas significativas no músculo cardíaco. Outra das complicações potencialmente grave é o desenvolvimento de insuficiência cardíaca, que surge quando uma percentagem significativa de músculo é lesada. Existem outras complicações que podem surgir, em particular quando o enfarte agudo do miocárdio não foi diagnosticado e tratado adequadamente.
O enfarte agudo do miocárdio pode ser prevenido?
O enfarte agudo do miocárdio faz parte das doenças cardíacas que podem ser evitadas, se os fatores de risco forem identificados e controlados. A hipertensão arterial, a diabetes, o colesterol elevado e o tabagismo são os principais fatores de risco, que quando presentes aumentam substancialmente o risco de enfarte agudo do miocárdio.
A par disso, é fundamental manter um estilo de vida saudável, incluindo manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regular, promover um sono adequado e ter o peso ideal.
Se tiver sucesso no controlo dos fatores de risco e mantiver um estilo de vida equilibrado, o seu risco de desenvolver um enfarte agudo do miocárdio poderá ser reduzido em até 90%!
Referências bibliográficas:
1. Collet HP, et al. 2020 ESC Guidelines for the management of acute coronary syndromes in patients presenting without persistent ST-segment elevation Eur Heart J. 2021;42(14):1289-1367.
2. Byrne R, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of acute coronary syndromes. Eur Heart J. 2023;44(38):3720-3826.
3. Yusuf S, et al. Effect of potentially modifiable risk factors associated with myocardial infarction in 52 countries (the INTERHEART study): case-control study. Lancet. 2004;364(9438):937-52.
Habitualmente, esta doença é provocada pela existência de placas de aterosclerose nas artérias coronárias, que subitamente se tornam instáveis e levam à formação de um coágulo, que provoca a oclusão da artéria.
Se esta oclusão não for rapidamente resolvida, o músculo cardíaco entra em sofrimento pela falta de oxigénio e nutrientes (num processo designado de isquemia), levando à morte de células.
O enfarte agudo do miocárdio caracteriza-se por uma dor intensa no peito, persistente, e que geralmente surge de forma súbita e inesperada. A dor no peito pode ser acompanhada de outros sintomas, tais como sensação de desmaio, suores, palpitações ou falta de ar, entre outros.
Se não for tratado de imediato, o enfarte agudo do miocárdio é potencialmente fatal e pode deixar sequelas graves no coração. Por esse motivo, e caso exista uma dor intensa no peito ou outro sintoma que faça suspeita de enfarte agudo do miocárdio, deve procurar ajuda médica emergente, de preferência ligando para o 112 e descrevendo as suas queixas, para que um profissional de saúde possa avaliar o seu risco e decidir se é necessária uma ida imediata ao hospital.
O enfarte agudo do miocárdio pode ser tratado com medicamentos e, sempre que necessário, com recurso a um cateterismo para desobstruir a artéria.
Este associa-se frequentemente a fatores de risco cardiovascular, tais como a hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado e tabagismo.
O Controlo dos fatores de risco é uma parte essencial para a prevenção do enfarte agudo do miocárdio, já que este se associa frequentemente a hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado e tabagismo.