Angina de Peito

Artigo de José Ferreira Santos - Cardiologista

O QUE É A Angina de peito?

A Angina de Peito, também denominada de Angina Estável, é o termo utilizado para descrever a dor ou desconforto torácico causada pela presença
de doença nas artérias coronárias (artérias do coração).
A dor surge quando, durante o exercício ou em outras situações que exigem mais esforço cardíaco, o músculo não consegue receber o aporte de sangue e ou oxigénio que necessita.

Na Angina de Peito, a dor geralmente é desencadeada por fatores que aumentam a necessidade de um maior trabalho cardíaco, tais como exercício físico, stress emocional, temperaturas baixas, ou até após refeições mais copiosas; a dor tende a seguir um padrão que se repete, e dura habitualmente
menos do que 5 minutos.  Alivia com o repouso ou com recurso a medicação específica para o efeito.

Mais frequentemente, a dor localiza-se no tórax, e pode irradiar para os membros superiores e/ou maxilar. Ocasionalmente pode também manifestar-se como mal-estar e cansaço inespecífico, náuseas e/ou dor em outra localização. A relação com um fator desencadeante e o alívio espontâneo após alguns minutos, são em casos menos típicos, a chave para suspeitarmos de angina de peito.

O QUE PROVOCA A ANGINA DE PEITO?

A causa mais frequente é a presença de aterosclerose nas artérias coronárias.

Os depósitos progressivos de gordura e a inflamação da parede das artérias, originam placas de aterosclerose, que progressivamente causam obstrução à normal circulação de sangue. Numa fase inicial estas placas são pequenas e não causam sintomas, mas com o passar do tempo, se nada for feito para a sua prevenção e tratamento, as placas podem inclusive obstruir completamente a artéria e neste caso levar a enfarte agudo do miocárdio.  

Existem outras causas possíveis de angina de peito, embora mais raras e que podem ser esclarecidas com recurso a exames de diagnóstico. 

e se suspeitar que tenho Angina de peito?

Na suspeita de Angina de Peito e na presença das queixas referidas, deve procurar obviamente uma avaliação médica. Dependendo da gravidade e intensidade dos sintomas, a angina de peito pode requerer internamento hospitalar e uma investigação mais célere, nomeadamente quando existe uma angina de peito de início recente e com agravamento progressivo das queixas, o que os médicos apelidam de Angina Instável, dado o risco eminente de complicações mais graves.

 

Contudo, na maioria das situações é possível avaliar e investigar os sintomas, em regime de consulta. Além das análises clínicas, eletrocardiograma e ecocardiograma, é frequentemente necessário um exame que permita confirmar ou excluir a presença de aterosclerose nas artérias coronárias. Existem vários exames possíveis de serem realizados, sendo que a prova de esforço é o mais generalizado, ainda que atualmente a TAC das artérias coronárias seja o exame de eleição para uma grande maioria das situações. Em casos mais graves pode ser necessário recorrer à realização de cateterismo cardíaco para visualização direta das artérias coronárias. A escolha dos exames depende obviamente das particularidades individuais e deve ser individualizada pelo médico responsável pelo diagnóstico e tratamento.

qual o tratamento da Angina de peito?

O tratamento da Angina de Peito tem como principal objetivo melhorar os sintomas e evitar a progressão da doença e o risco de eventos futuros, nomeadamente minimizar o risco de enfarte do miocárdio e de morte por causa cardíaca.

O controlo dos sintomas passa em primeiro lugar pela administração de medicamentos antianginosos, isto é, medicamentos que dilatam
as artérias coronárias e permitem melhorar o fluxo sanguíneo e medicamentos que reduzem a frequência cardíaca e, consequentemente, o dispêndio de energia e oxigénio por parte do músculo cardíaco.

Quando as queixas persistem após a medicação ou quando existe suspeita de uma obstrução grave, pode ser necessário recorrer ao cateterismo cardíaco, seguido de desobstrução das artérias coronárias através de uma angioplastia ou de cirurgia de bypass.

A maioria dos doentes com Angina de Peito beneficia também de algum tipo de medicação antiagregante, como a aspirina, que reduz o risco de formação de coágulos nas artérias, diminuindo o risco de enfarte agudo do miocárdio.

Além destas medidas é fundamental controlar outros fatores de risco cardiovascular que possam estar presentes, nomeadamente a Hipertensão Arterial, a Diabetes e o Colesterol, bem como deixar de fumar.

No caso particular do colesterol, os valores desejáveis são muito inferiores ao considerado normal, pois só assim é possível evitar a progressão da doença nas artérias coronárias, pelo que não será surpresa se o seu médico lhe receitar medicação, mesmo quando os valores parecem estar normais!

O tratamento começa pela mudança de estilo de vida e controlo dos fatores de risco cardiovasculares, inclui também medicação que melhora o aporte de sangue ao músculo do coração (onde se incluem os betabloqueantes, antagonistas dos canais de cálcio de nitratos de longa ou curta ação) e poderá haver indicação para terapêutica interventiva com coronariografia e colocação de stent ou cirurgia de revascularização miocárdica. 

posso prevenir a Angina de peito?

Uma vez que a Angina de Peito é na maioria das vezes provocada por aterosclerose das artérias coronárias, sabemos que esta doença pode ser prevenida. Para isso é fundamental identificar e controlar os fatores de risco cardiovasculares e promover as medidas de uma vida mais saudável, tais como uma dieta equilibrada, realizar atividade física regular, não fumar e dormir com qualidade! 

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A angina de peito é provocada pela obstrução progressiva das artérias coronárias, habitualmente pelo processo de aterosclerose, o que limita a irrigação do músculo cardíaco.

Em situações de exercício ou de stress, quando o coração necessita de mais oxigénio e nutrientes para desempenhar a sua função, a limitação à circulação do sangue leva a sofrimento do músculo cardíaco, provocando isquemia e consequente dor no peito.

Ao contrário do que ocorre no enfarte agudo do miocárdio, esta dor é transitória e o sofrimento do músculo cardíaco cessa quando o ritmo cardíaco baixa e a circulação sanguínea é restabelecida.

A angina de peito caracteriza-se por uma dor intensa, habitualmente como um aperto ou peso, localizada atrás do esterno ou na região precordial, que pode irradiar para o pescoço, ombros ou braços, desencadeada por esforços e que tende a desaparecer após alguns minutos de repouso, tipicamente não mais do que 5 minutos.

Existem medicamentos que podem ser usados em SOS e que também podem aliviar rapidamente a dor da angina de peito.

Esta patologia associa-se frequentemente a fatores de risco cardiovascular, tais como a hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado e tabagismo. O controlo dos fatores de risco é uma parte essencial para a prevenção. A angina de peito pode ser diagnosticada com recurso a exames ao coração e o seu tratamento adequado pode evitar as suas principais complicações: enfarte agudo do miocárdio e morte súbita.

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