EXERCÍCIO FÍSICO:
É HOJE QUE COMEÇAMOS?

Artigo de Tiago Santos - Docente de Desporto
22 mai 2022

Os benefícios da atividade física são sobejamente conhecidos, tanto na nossa saúde física, como na nossa saúde mental e no nosso bem-estar geral. O exercício físico é um forte aliado na prevenção de doenças bem conhecidas pelos portugueses, como a diabetes ou a hipertensão, mas a sua abrangência estende-se ao campo da saúde mental, prevenção da doença de Parkinson e burnout (desgaste profissional), sendo uma excelente ferramenta para gerir o stress.

Mais mil palavras não chegariam para descrever os benefícios da atividade física na nossa qualidade de vida.

Na última década, assistimos a uma disseminação da prática mais generalizada pela população, mas ainda assim somos dos países da Europa em que a atividade física e o desporto são menos praticados entre a população.

Mas o que nos está a impedir de praticar mais atividade física e sermos mais ativos?

Segundo dados do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física (PNPAF), a falta de tempo é o motivo mais apresentado pelos portugueses, seguido da falta de motivação e do custo. Olhemos para estes motivos do ponto de vista do modelo transteórico de mudança comportamental, que é caracterizado por 5 fases:

Este modelo é muito utilizado para descrever as fases em que cada pessoa se encontra em relação à sua prática de atividade física. Quando o aplicamos, percebemos que uma grande parte dos portugueses está em pré-contemplação e não demonstra interesse pelo tema.

VAMOS LÁ
DESCONSTRUIR ISTO!

Na pré-contemplação, as frases “não posso” ou “não quero” são muito comuns. Existe uma negação, a pessoa não percebe que tem um problema, não percebe os benefícios da atividade física ou não valoriza suficientemente a sua saúde, ou há uma coexistência destas realidades. Nesta fase, a possibilidade de mudar é muito baixa – dir-se-ia que a pessoa não está pronta para qualquer mudança.

Se está nesta fase e se revê nalguns pontos, não há problema. Cada um tem o seu ritmo. Mas deixe-me que pergunte: Não tem medo de perder a sua saúde? De sofrer uma doença que lhe retire qualidade de vida e que o/a deixe mais dependente de outros? Eu tenho! Sabia que a inatividade física é o 4.° fator de mortalidade no mundo?

Contemplação: Se, porventura, me enganei e afinal o leitor está a pensar: “Se calhar até poderia começar…”, é provável que esteja então a contemplar mudar o seu comportamento. Se é um iniciante, é normal que tenha dúvidas. Quando não dominamos algum assunto, temos menos confiança e sentimo-nos mais inseguros. Saiba que subir e descer os degraus do seu prédio, caminhar à volta do seu bairro ou dançar em casa ao som da sua música preferida são coisas simples de se fazer. Se está preocupado com o tempo, pode também começar por 10 minutos por dia. Todos nós temos 10 minutos livres por dia!

Decisão/preparação: Parabéns, tomou a decisão. Vamos lá, defina os seus objetivos. Comece pequeno e devagar: por exemplo, faça uma caminhada dia sim, dia não depois de jantar com a sua família. Lembre-se de preparar a roupa confortável, de identificar o percurso que vai fazer, e de colocar lembretes no telemóvel para não se esquecer.  

Nas restantes fases, ação e manutenção, espera-se que comece então fazer exercício físico e que consiga manter este hábito durante o maior período de tempo possível.

No entanto, deixe-me avisar que, quando começar, é provável que tenha vontade de desistir, ou que desista mesmo. As recaídas são típicas nesta fase. Mas está tudo bem: todos os dias são bons para começar ou recomeçar. O dia de hoje é sempre o melhor para iniciar uma prática que vai melhorar a sua saúde.

Artigo de Tiago Santos - Docente de Desporto

Gosto muito do que faço, faz parte do que sou! Mas também adoro partilhar momentos com a família e amigos. E viajar… adoro viajar. Mas para desfrutar ao máximo desses momentos há uma coisa que é preciso, Saúde!Para isso, acredito no equilíbrio entre o exercício, a alimentação, o descanso e a socialização para um bem-estar pleno.

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