O conhecimento dos portugueses sobre Hipertensão Pulmonar: Resultados do questionário Cardio da Vida

Helder Dores

Hélder Dores - Cardiologista

Publicado no dia 9 de abril de 2025

José Ferreira Santos - Cardiologista

Publicado no dia 9 de abril de 2025

A hipertensão pulmonar (HTP) é uma doença complexa e frequentemente mal compreendida. Os seus sintomas podem ser muito ligeiros e inespecíficos, agravando com o tempo, entre os quais se destacam a falta de ar, fadiga, cansaço excessivo, tonturas, desmaios, dor torácica, edemas e taquicardia. Existem inúmeras causas de HTP incluindo alterações nas artérias do pulmão (hipertensão arterial pulmonar), doenças do coração esquerdo, doenças pulmonares, tromboembolismo pulmonar crónico e outras associadas a mecanismos ainda indeterminados.

A HTP é uma doença grave e se não for diagnosticada nem tratada corretamente leva a complicações clínicas graves, incluindo a morte prematura, mas o seu prognóstico depende da causa subjacente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado, são assim essenciais para melhorar a qualidade de vida e atrasar a progressão da doença.

Neste contexto o Cardio da Vida promoveu um questionário online constituído por 14 perguntas para averiguar o conhecimento da população sobre HTP. Obtivemos 801 respostas, de pessoas com idade média de 58 anos, na grande maioria do sexo feminino (85,1%), 52,2% com formação secundária e 31,1% com licenciatura.

A grande maioria dos participantes (67,0%) afirmaram nunca ter ouvido falar de HTP e quando questionados sobre o que é HTP, 49,9% afirmaram não saber, mas 46,1% responderam que corresponde à elevação da pressão na artéria pulmonar.

Para a pergunta se a HTP é uma doença frequente, 73,2% afirmaram não saber, enquanto 17,0% referiram que não é uma doença frequente. Relativamente às causas de HTP a maioria dos inquiridos também afirmou não saber (55,4%), enquanto 40,8% referiram que é provocada por doenças do pulmão e do coração.

Após serem colocadas várias opções de sintomas associados à HTP, foram identificados na totalidade apenas por 29,5% dos participantes. Por outro lado, a grande maioria, 68,4%, respondeu que a HTP pode limitar a qualidade de vida.

Quanto aos exames usados no diagnóstico da HTP a opção mais respondida foi “não sei” (46,3%), o mesmo ocorrendo também para as perguntas se a HTP tem cura e qual o seu prognóstico, com 67,5% e 61,0%, respetivamente, a afirmarem desconhecerem. Adicionalmente, sobre o local onde deve ser seguido se tiver esta doença, a maioria (63,5%) respondeu consulta hospitalar especializada.

Em suma, como é evidente neste questionário, a literacia da população sobre HTP é reduzida, com a maioria dos participantes a terem um conhecimento reduzido sobre esta doença. Pelo impacto clínico da HTP é essencial mudar este paradigma e desenvolver estratégias que permitam o diagnóstico e o início precoce das terapêuticas apropriadas.

O primeiro passo é este, conhecer a realidade, o segundo é agirmos, em conjunto!

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