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Disfunção erétil! Será que o exercício físico pode ajudar?

Ricardo Escada

Ricardo Escada - Fisiologista do Exercício

Publicado no dia 9 de fevereiro de 2024

A função erétil tende a diminuir em homens de meia-idade devido a vários fatores, como a diminuição dos níveis de testosterona e libido, alterações vasculares e aumento da probabilidade de comorbilidades como a hipertensão, a diabetes e a obesidade. Esta deterioração é conhecida como disfunção erétil, que se define como a dificuldade de alcançar ou manter uma ereção para a atividade sexual.

Estima-se que, mundialmente, cerca de 150 milhões de homens sofrem de disfunção erétil, incluindo quase 20 milhões de europeus e mais de 30 milhões de americanos. Este problema, cada vez mais comum na população masculina de meia-idade, traduz-se em insatisfação sexual, menor qualidade de vida, ansiedade, depressão, e está associado a 40% dos casos de doenças cardiovasculares, entre outros fatores de risco. A inatividade física é um dos principais fatores de risco reversíveis. Acredita-se que um baixo nível de atividade física tenha um papel significativo no desenvolvimento da disfunção erétil.

Será a atividade física eficaz na melhoria da função erétil?

Para avaliar os efeitos do exercício físico na função erétil em doentes com insuficiência cardíaca, foram analisados três estudos, que incluíram 99 homens, entre os 53 e 58 anos. Estes foram divididos em dois grupos: 70 indivíduos participaram num programa de exercício físico (grupo I); e 29 foram alocados ao grupo de controlo (grupo II). A intervenção no grupo I variou entre 8 e 12 semanas, com sessões de exercício físico supervisionado três vezes por semana.

Os resultados indicaram que o exercício físico foi uma estratégia terapêutica eficaz para melhorar a função erétil em homens com insuficiência cardíaca.

Numa análise mais abrangente, que incluiu 11 estudos, com 1147 participantes, estes foram divididos em dois grupos: 636 foram submetidos a um programa de exercício físico (grupo I); e 511 pertenceram ao grupo de controlo (grupo II). A duração da intervenção no grupo I variou entre 8 e 104 semanas, sendo que em seis estudos as sessões de exercício físico eram supervisionadas e em cinco estudos não eram supervisionadas. A frequência variava entre 3 a 5 vezes por semana.

Verificou-se que os indivíduos que realizaram exercícios físico (grupo I) de forma regular relataram melhorias na função erétil quando comparados com os indivíduos do grupo II; e quanto pior era a disfunção erétil, mais o exercício físico ajudava.

Principais conclusões:

• A disfunção erétil é um problema significativo em indivíduos com doenças cardiovasculares, mas o exercício físico regular pode ser uma opção de tratamento não farmacológico, melhorando a qualidade da função erétil.

• Contudo, uma vez que muitos homens com disfunção erétil podem apresentar doença cardíaca, é recomendável uma avaliação do risco cardiovascular por um médico antes de iniciar qualquer programa de exercício físico.

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