ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

O que é um acidente vascular cerebral (AVC)?

Vulgarmente designado por AVC ou trombose cerebral, um acidente vascular cerebral ocorre quando uma parte do cérebro sofre lesão por falta de oxigenação e de irrigação sanguínea.

Existem dois tipos de AVC

– Isquémico, quando uma artéria que irriga o cérebro fica ocluída, por um coágulo sanguíneo;
– Hemorrágico, quando uma artéria rompe e começa a sangrar no cérebro. 

O AVC é frequente?

Sim, estima-se que, no mundo inteiro, a cada segundo uma pessoa sofra um AVC.

Em Portugal, segundo dados da Direção-Geral de Saúde, todos os anos são internados mais de 25.000 pessoas com esta doença. O acidente vascular cerebral é a principal causa de morte em Portugal, a par do enfarte agudo do miocárdio, ambos doenças cardiovasculares.

Estarei em risco de ter um AVC?

Os fatores de risco são diferentes para o AVC isquémico ou hemorrágico. No entanto, alguns fatores são comuns a ambos, como a hipertensão arterial e o tabagismo. 

Adicionalmente, o risco de AVC isquémico está aumentado na presença de diabetes, colesterol elevado, sedentarismo, obesidade, algumas doenças cardíacas (como a fibrilhação auricular, miocardiopatias, etc.), defeitos hereditários da coagulação (trombofilias), entre outros.

Por vezes, um acidente vascular cerebral pode acontecer em pessoas sem fatores de risco prévios. Por exemplo, um aneurisma cerebral, situação que pode ser congénita e ser silenciosa, pode levar a um AVC súbito. Um traumatismo craniano também pode levar a um AVC, em particular hemorrágico. Alguns medicamentos, bem como o uso de drogas, também podem precipitar um AVC, sem existirem outros fatores de risco associados.

Quais os sintomas de um AVC?

Os sintomas surgem subitamente e podem melhorar ou agravar transitoriamente, sendo que dependem da área do cérebro afetada pelo AVC.

Alguns sintomas de alerta que nunca devem ser desvalorizados, em especial se ocorrem de forma súbita, são:

– Dificuldade no equilíbrio ou na marcha

– Alterações na visão

– Fraqueza de um dos lados da face

– Perda de força em um dos membros (braço, perna ou ambos)

– Não conseguir falar

Caso apresente alguns destes sintomas, deve de imediato contactar o 112, pois no caso de se tratar de um AVC todo o tempo é pouco para o diagnóstico e tratamento atempado. Lembre-se um AVC é uma emergência médica e os sintomas suspeitos não devem ser desvalorizados. 

Por vezes, os sintomas desaparecem de forma espontânea, após alguns minutos ou horas. Mesmo nestes casos, a situação não deve ser desvalorizada, pois pode ter ocorrido um Acidente Isquémico Transitório (AIT) e mesmo assim estar em risco de um futuro AVC.

Como se diagnostica o AVC?

Como referido, a presença de sintomas suspeitos de AVC é uma emergência médica e o diagnóstico deve ser realizado de forma célere. Quando liga o 112 ou na triagem do hospital é levantada a suspeita de AVC, os doentes devem entrar na chamada “Via Verde do AVC”, por forma a garantir um diagnóstico e tratamento célere.

O diagnóstico de AVC requer a realização de um exame de imagem, habitualmente uma TAC cerebroencefálica. Em alguns casos e quando existe disponibilidade, pode também ser usada a ressonância magnética. 

Posteriormente, e após o diagnóstico estar confirmado, frequentemente são necessários mais exames para se compreender a causa do AVC e em particular encontrar causas reversíveis, cujo tratamento pode evitar novos episódios. Alguns desses exames incluem eletrocardiograma, ecocardiograma, holter, doppler das artérias carótidas, entre outros.

Qual o tratamento do AVC?

O tratamento depende de dois fatores, nomeadamente do tempo de instalação dos sintomas e do tipo de AVC.

Nas situações em que os sintomas têm mais de 24h de evolução, o tratamento é habitualmente de suporte, isto é, o doente mantém-se em vigilância e é reforçada a hidratação com soros, controlada a pressão arterial e a glicemia. Quando o AVC tem mais de 24h, os défices habitualmente são irreversíveis e o foco estará na reabilitação após o episódio agudo.

Caso se trate de um AVC hemorrágico, o tratamento é igualmente de suporte, mas em alguns casos pode existir lugar a cirurgia para controlar e/ou prevenir a hemorragia.

No caso do AVC isquémico, o tratamento poderá passar por fibrinólise, ou seja, a administração de um medicamento que dissolve os coágulos sanguíneos, ou em casos mais selecionados, a realização de um cateterismo que permite desobstruir a artéria, com recurso a dispositivos que removem os coágulos. A utilização destas técnicas para desobstruir as artérias é mais eficaz se for realizada nas primeiras 4/5 horas desde o início dos sintomas, daí a urgência no diagnóstico e tratamento do AVC!

E depois do AVC?

Quando não tratado, o AVC pode ser fatal. Dependendo da gravidade, do tratamento que foi realizado e da zona afetada, podem ou não existir défices permanentes após um AVC. Alguns défices podem recuperar com o tempo e com reabilitação dirigida, mas outros permanecem indefinidamente e obrigam a reaprendizagem e readaptação do doente e família para conseguirem ultrapassar a situação.

Além da reabilitação é habitual que um doente com AVC necessite de medicação para prevenir novos episódios. No caso do AVC isquémico, é frequente a utilização de aspirina e de outros antiagregantes e/ou anticoagulantes. É igualmente importante o controle de eventuais fatores de risco, tais como a hipertensão arterial, o colesterol elevado e a diabetes.

Caso seja possível, os doentes que tiveram AVC devem retomar atividade física regular, perder peso e deixar de fumar, pois estas medidas são fundamentais na prevenção de novos episódios.

O AVC é uma das manifestações mais frequentes da doença cardiovascular e uma das principais causas de mortalidade, a par com o enfarte agudo do miocárdio. O AVC associa-se frequentemente a fatores de risco cardiovascular, tais como a hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado e tabagismo.

Além disso, o AVC pode ser provocado por problemas congénitos na circulação cerebral, por doenças da coagulação (trombofilias), por traumatismos, entre outras.

Os sintomas do AVC são variados, dependendo da zona do cérebro afetada, e incluem falta de força num dos lados do corpo, dificuldade em falar, entre outros. As manifestações do AVC habitualmente surgem de forma súbita e podem ser reversíveis ou não, dependendo da gravidade e do tratamento atempado. Por vezes, existe uma recuperação completa e espontânea dos sintomas, após alguns minutos ou horas, uma situação que pode antever um AVC, designada de acidente isquémico transitório (AIT).

No caso de desenvolver sintomas suspeitos de um AVC deve procurar ajuda médica emergente, de preferência ligando para o 112 e descrevendo as suas queixas, para que um profissional de saúde possa avaliar o seu risco e decidir se é necessária uma ida imediata ao hospital. Se for feito nas primeiras horas de evolução existem tratamentos eficazes que podem ser administrados e ajudar na recuperação mais rápida. Infelizmente, muitos doentes ficam com sequelas e carecem de reabilitação.

Após um AVC é essencial procurar aconselhamento médico, para obter um plano de tratamento e de vigilância adequado, que permita controlar os seus fatores de risco e prevenir novos eventos cardiovasculares.

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