
PORQUE FALHAMOS COM O
COMPROMISSO DE SERMOS MAIS ATIVOS

Gostou deste conteúdo? Partilhe
O exercício físico regular é determinante na diminuição da taxa de mortalidade e preditor de qualidade de vida. Embora sejam conhecidos os seus benefícios, a maioria das pessoas não realiza exercício físico de forma regular.
Nos últimos anos, com exceção do ano 2020 devido à crise pandémica, tem-se verificado o aumento da afluência a ginásios! No entanto, a percentagem de portugueses considerados ativos tem-se mantido entre os 6 e 7%. Ao analisarmos os resultados do Barómetro do Fitness, verificamos que, o número de cancelamentos/desistências é superior ao número de inscrições.
Porque falhamos ao tentar adquirir um novo hábito?
Alguns estudos demonstram que o motivo de abandono mais referido pelas pessoas é a falta de tempo. De modo geral, apesar dos avanços técnicos que permitem que algumas atividades diárias sejam realizadas mais rapidamente do que em outros períodos (inclusive no trabalho), a sensação de “falta de tempo” é constante, especialmente em grandes centros urbanos.
Um estudo descrito por Luís Carneiro chegou à conclusão de que muitas pessoas adultas que referiram falta de tempo como motivo para não praticarem atividade física, realmente apresentavam um elevado número de horas ocupadas com outras atividades/tarefas. No mesmo estudo é referido que o género masculino tende a ter uma maior frequência semanal de exercício físico comparativamente com o género feminino.
Não é minha intenção dissertar sobre as causas que levam as mulheres serem menos ativas comparativamente com os homens, mas apresentar dados científicos que nos possam ajudar a tornar as pessoas, tanto mulheres como homens, mais ativos.
Nesse sentido, um estudo de O’Dougherty refere que as mulheres expressam preferência pelo compromisso porque dessa forma sentem uma obrigação para participar em programas de exercício físico, sobretudo numa fase inicial.
Porque falhamos ao tentar adquirir um novo hábito?
Alguns estudos demonstram que o motivo de abandono mais referido pelas pessoas é a falta de tempo.
De modo geral, apesar dos avanços técnicos que permitem que algumas atividades diárias sejam realizadas mais rapidamente do que em outros períodos (inclusive no trabalho), a sensação de “falta de tempo” é constante, especialmente em grandes centros urbanos.

Um estudo descrito por Luís Carneiro chegou à conclusão de que muitas pessoas adultas que referiram falta de tempo como motivo para não praticarem atividade física, realmente apresentavam um elevado número de horas ocupadas com outras atividades/tarefas. No mesmo estudo é referido que o género masculino tende a ter uma maior frequência semanal de exercício físico comparativamente com o género feminino.
Não é minha intenção dissertar sobre as causas que levam as mulheres serem menos ativas comparativamente com os homens, mas apresentar dados científicos que nos possam ajudar a tornar as pessoas, tanto mulheres como homens, mais ativos.
Nesse sentido, um estudo de O’Dougherty refere que as mulheres expressam preferência pelo compromisso porque dessa forma sentem uma obrigação para participar em programas de exercício físico, sobretudo numa fase inicial.
Vários estudos demonstram que o planeamento é um bom preditor para a manutenção e até aumento do número de sessões de prática de exercício físico, tanto no género feminino como masculino.
Diria então que, na minha visão e analisando os dados, uma das razões que leva a maioria das pessoas a abandonar os programas de exercício físico, sobretudo nos grandes centros de fitness onde encontramos uma grande percentagem de cancelamentos, se prende com o facto de:
• Não haver compromisso, porque as pessoas vão quando querem e à hora que querem;
• Fazerem o que querem, sem planeamento ou orientação do seu exercício físico.
Assim, partilho consigo três dicas que pode adotar, sobretudo numa fase inicial, até adquirir a rotina da prática de exercício físico:
• Convide os seus amigos para uma atividade física (caminhada, bicicleta, futebol, etc.), mesmo que não seja uma atividade estruturada, sempre cria o compromisso em grupo;
• Se frequenta ginásios de maior dimensão, as aulas de grupo ou as minis aulas são uma boa sugestão, porque estão definidos os dias e as horas das aulas e ao reservar a sua vaga está a criar o compromisso em participar;
• Se tiver possibilidade, invista num profissional do exercício para o(a) acompanhar. Dessa forma estão reunidas as condições para a criação do compromisso e de um planeamento adequado às suas necessidades.
Referências:
1. Pedragosa V. e Cardadeiro E. Caraterização do fitness em Portugal 2019: principais resultados do setor. Portugal Activo. 2020;
2. Laurenzano M. e Loch M. Motivos referidos para o abandono de programas de exercício físico ofertados por academias privadas de Presidente Prudente, São Paulo. Arquivos Ciências do Esporte. 2013. V. 1 n. 1. p.7-13;
3. Carneiro L. Fatores psicológicos associados à prática de exercício físico: estudo numa academia desportiva. Repositório Universidade do Minho. 2012;
4. Moutão J. Fatores psicológicos associados à prática de exercício físico: estudo numa academia desportiva. Universidade de Trás-os-Montes e Alo Douro. 2005;
5. Lippke S, et al. Initiation and Maintenance of Physical Exercise: Stage-Specific Effects of a Planning Intervention. Research in Sports Medicine An International Journal. 2004.12(3):221-240;
6. Macdonald A., Palfai T. Predictors of exercise behavior among university student women: Utility of a goal-systems/self-regulation theory framework. Personality and Individual Differences. Volume 44, Issue 4, March 2008, Pages 921-931;
7. Milne S, et al. Combining motivational and volitional interventions to promote exercise participation: protection motivation theory and implementation intentions. Br J Health Psychol. 2002;7(Pt 2):163-84.

Artigo de Ricardo Escada - Fisiologista do exercício
- 20 set 2021
Gosto muito do que faço, faz parte do que sou! Mas também adoro partilhar momentos com a família e amigos. E viajar… adoro viajar. Mas para desfrutar ao máximo desses momentos há uma coisa que é preciso, Saúde! Para isso, acredito no equilíbrio entre o exercício, a alimentação, o descanso e a socialização para um bem-estar pleno.