
Poucos hidratos ao pequeno-almoço melhoram o controlo glicémico na diabetes tipo 2

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Num estudo publicado em maio deste ano, foi avaliado qual o impacto de um pequeno-almoço pobre em hidratos de carbono, em comparação com um pequeno-almoço controlo, na gestão da glicémia diária em diabéticos tipo 2. O estudo foi feito com 121 participantes, diabéticos, com obesidade grau I e com uma média de idades de 64 anos.
O estudo

Este estudo foi conduzido por nutricionistas, no Canadá e na Austrália, que desenharam 8-10 diferentes sugestões de pequenos-almoços pobres em hidratos de carbono (ex.: omolete de 3 ovos com espinafres), e um número idêntico de sugestões para pequenos-almoços de controlo, pobres em gordura (ex.: muffin de mirtilo com 1 pequeno iogurte grego).
Ambos os grupos de sugestões correspondiam a um aporte calórico de cerca de 450 Kcal, sendo que os pequenos-almoços baixos em hidratos de carbono continham cerca de 25 g de proteína, 8 g de hidratos de carbono e 37 g de gordura, enquanto no grupo de controlo continham 20 g de proteína, 56 g de hidratos de carbono e 15 g de gordura.


Durante 12 semanas, os participantes selecionaram um dos diferentes pequenos-almoços sugeridos, em função do grupo que integravam, mas não lhes foi fornecida mais nenhuma orientação, ou restrição, em relação a mais nenhuma refeição do dia.
Vários parâmetros foram monitorizados durante o estudo, que não sofreram alterações estatisticamente significativas entre os dois grupos, nomeadamente: peso, circunferência da cintura, IMC (Índice de Massa Corporal), hemoglobina glicada (A1c), registo alimentar de 3 dias, hábitos de exercício físico, fome e saciedade.


No entanto, como os participantes também utilizaram medidores contínuos de glucose, verificou-se uma melhoria dos valores registados ao longo do dia. Os dados obtidos nos medidores contínuos de glucose mostraram que num período de 24 horas, a glicemia média e máxima, a flutação da glicemia, a glicemia pós-prandial (2 horas após o pequeno-almoço) e o tempo acima do intervalo–alvo, foram significativamente menores no grupo que praticou um pequeno-almoço pobre em hidratos de carbono, comparativamente com o grupo controlo.





Este estudo sugere que um pequeno-almoço pobre em hidratos de carbono, melhora o controlo glicémico em diabéticos tipo 2, aumentando o tempo no alvo. O tempo no alvo representa o período em que a pessoa se mantém num intervalo de valores de glicemia ideais, permitindo avaliar o controlo da diabetes, uma vez que nos faz perceber como escolhas e atitudes influenciam o controlo glicémico.
Referências:
1. Oliveira B, et al. Oliveira B, et al. Impact of a Low-Carbohydrate Compared with Low-Fat Breakfast on Blood Glucose Control in Type 2 Diabetes: A Randomized Trial. Am J Clin Nutr. 2023 ;118(1):209-217.