Diabetes | Tudo o que precisa de saber
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O que é a diabetes?
A diabetes é uma doença metabólica crónica que se caracteriza por níveis elevados de açúcar (glicose) no sangue. A glicose é a principal fonte de energia das nossas células e é essencial para o funcionamento do nosso organismo. No entanto, níveis elevados de açúcar no sangue, de forma persistente, podem provocar complicações graves!
Para usarmos a glicose como fonte de energia precisamos de uma hormona designada de insulina. A insulina é produzida de forma contínua pelo pâncreas e sem ela seria impossível ter valores estáveis de açúcar no sangue (glicemia). A glicemia aumenta quando comemos e diminui quando estamos em jejum ou fazemos exercício e, simultaneamente, a produção e libertação de insulina tem de acompanhar estas variações. Numa pessoa saudável, os níveis de glicemia devem variar entre 70-99 mg/dL em jejum e serem inferiores a 140 mg/dL após refeições.
Na diabetes os valores de glicemia estão elevados e descontrolados, o que acontece por falta de produção de insulina pelo pâncreas ou porque a insulina deixou de produzir o efeito necessário nas células (o que se designa de resistência à insulina). Em qualquer um dos casos, a insulina deixa de ser suficiente para fazer entrar a glicose nas células e os níveis de açúcar no sangue aumentam.
Existem vários tipos de diabetes?
Dependendo do mecanismo que leva ao aumento da glicose no sangue e à falta de ação da insulina, a diabetes pode ser classificada em vários tipos, nomeadamente:
Diabetes tipo 1
É uma doença autoimune, na qual as células do pâncreas responsáveis pela produção da insulina são destruídas. Nestes casos, a sobrevivência dos doentes está dependente da administração de insulina diariamente. A diabetes tipo 1 surge habitualmente em crianças e adolescentes, mas pode igualmente surgir em adultos. Esta forma de diabetes é felizmente menos frequente, mas estima-se que existam cerca de 2500 crianças e adolescentes com esta doença em Portugal.
Diabetes tipo 2
Neste caso, a diabetes associa-se a um estilo de vida pouco saudável, onde o peso a mais, a falta de atividade física e a alimentação inadequada são habitualmente os precipitantes da doença. Na diabetes tipo 2, o pâncreas continua a produzir insulina, mas em concentrações insuficientes para controlar os valores de glicose no sangue.
A diabetes tipo 2 é uma pandemia, muitas vezes silenciosa. Estima-se que 1 milhão de portugueses sofrem desta doença, isto é, 1 em cada 10 pessoas tem diabetes!
Existem outras formas de diabetes, nomeadamente a diabetes gestacional, que surge durante a gravidez, a diabetes associada a medicamentos e outros tipos mais raros de diabetes.
O que provoca a diabetes?
A diabetes tipo 2 é provocada por um estilo de vida pouco saudável e surge como consequência de comportamentos errados e persistentes aos longo de vários anos! É muito raro a diabetes tipo 2 surgir em pessoas com peso normal, que praticam exercício físico regular e que se alimentam de forma adequada.
A diabetes tipo 1 é doença autoimune e desconhecemos exatamente o que a pode precipitar. Frequentemente, a diabetes tipo 1 associa-se a outras doenças autoimunes, tais como tiroidites, doença celíaca, entre outras.
Estarei em risco de ter diabetes?
Se tem peso a mais, perímetro abdominal aumentado, não pratica atividade física regular, não come de forma saudável, tem hipertensão arterial, tem alguém na família com diabetes, ou já fez análises que revelaram glicemia elevada, então poderá estar em risco de ter diabetes! Para saber mais fale com o seu médico. Avalie aqui o seu risco de diabetes.
Quais os sintomas da diabetes?
Muitos doentes com glicemia elevada, ou seja, com diabetes, não têm qualquer sintoma. A maioria dos sintomas só surgem quando os valores de açúcar no sangue são muito elevados. E por vezes os sintomas podem demorar anos a aparecer.
Alguns dos sintomas mais frequentes são:
Sede e boca seca
Perda súbita de peso
Visão turva
Falta de energia e cansaço extremo
Formigueiros nas mãos e/ou pés
Infeções da pele e feridas que não cicatrizam
Urinar com muita frequência e em abundância
Como se diagnostica a diabetes?
O diagnóstico é simples e basta uma simples análise aos níveis de açúcar no sangue (glicemia).
Dependendo do tempo decorrido desde a última refeição e da presença de sintomas, o diagnóstico é feito quando:
– Glicemia em jejum ≥ 126 mg/dl
– Glicemia sem ser jejum (ocasional) ≥ 200 mg/dL
Habitualmente, é importante confirmar os valores com pelo menos duas medições em diferentes momentos. Além da determinação da glicemia, a hemoglobina glicada A1c (uma proteína existente no sangue) pode também fazer o diagnóstico ou levantar suspeita de diabetes. Valores de hemoglobina glicada A1c (HbA1c) superiores ou iguais a 6,5% sugerem a presença de diabetes.
Qual o tratamento da diabetes?
O objetivo do tratamento é manter os valores açúcar no sangue dentro do intervalo mais normal possível.
A pedra basilar do tratamento de qualquer diabético é um plano alimentar adequado, onde o consumo de hidratos de carbono, entre outros, deve ser controlado. Adicionalmente, é preciso que um diabético realize atividade física regular, para que a insulina se torne mais eficaz e os valores de açúcar no sangue se mantenham controlados.
Para além da alimentação e da atividade física regular, um diabético precisa de manter o peso ideal, de vigiar e controlar a hipertensão arterial e os níveis de colesterol.
Sempre que necessário, o controlo da glicemia obriga a medicação crónica. Felizmente, existem várias opções disponíveis e o seu médico irá recomendar aquele que for mais adequado para a situação. Na diabetes tipo 1 e em alguns diabéticos tipo 2 é necessário recorrer à administração de insulina.
Quais as complicações da diabetes?
A principal complicação da diabetes é o aparecimento de um problema cardiovascular. A diabetes aumenta em quatro vezes o risco de enfarte agudo do miocárdio e de acidente vascular cerebral. Adicionalmente e se não tratada, a diabetes pode levar a complicações em vários órgãos, tais como o olho, o rim e o sistema nervoso.
As principais complicações da diabetes não controlada, são:
– Retinopatia diabética (uma das principais causas de cegueira no adulto)
– Nefropatia diabética (uma das principais causas de insuficiência renal com necessidade de diálise)
– Pé diabético (pode levar a amputação do membro)
– Disfunção sexual
– Infeções urinárias de repetição